15 fevereiro 2010

Batimento cardíaco



No sábado sai para correr sozinha, por volta das 7 da noite, pois antes estava muito calor. Quando pego a Avenida Painguás, logo no começo do treino, encontro o Amorin, grande amigo, e ótimo atleta, mesmo com suas dores. Corremos 1h20min, em um rítmo muito bom (menos de 5 min por KM), e ainda no final da corrida fizemos um fartlek.
Neste treino eu estava de Frequencimetro, achei meus batimentos um pouco altos, sem estar muito cansada, tem hora que chegou a 177bpm.
Fiquei curiosa e encontrei uma matéria muito interessante sobre o assunto.

Todo esportista de alto nível conhece uma das regras mais difundidas nos últimos anos: para um excelente desempenho, exercício só não basta.

Essa máxima serve para todos. Para atingir algum resultado acima da média (seja perder peso, melhorar o sistema cardiovascular ou tornar-se atleta de elite), é necessário estar atento aos chamados do coração e dos pulmões.

Uma pessoa com boa capacidade de oxigenação pulmonar (e nesse grupo se situam os chamados atletas de elite) consegue saturar o nível do gás entre 90 e 95%. Isso representa menos desgaste e, conseqüentemente, menos cansaço físico.

Como resultado do processo de metabolismo do oxigênio no corpo são produzidos radicais livres com grande capacidade para reagir com o tecido pulmonar e fortalecer a resistência orgânica, diminuindo as perdas de sais minerais, eletrólitos,potássio e água.

O resultado é que esses atletas precisam de mais cuidados pois, por não sentirem o desgaste, podem estar sujeitos a um mal súbito. Eles precisam recolocar no organismo as energias perdidas, com muita água, sais minerais e potássio, mesmo que aparentemente não estejam sentindo nada.

O tenista sueco Bjon Borg, número um do mundo em 1977, era temido pelos adversários, que o chamavam de “Iceborg” devido à frieza que demonstrava em qualquer situação, e foi um exemplo clássico: sua saturação sempre se aproximava do máximo e ele podia jogar sem sentir exaustão e sem elevar a freqüência cardíaca. Há dois anos, um novo teste foi feito com ele e Borg apresentou a incrível marca de 91% de oxigenação. O que revela, sem nenhuma dúvida, uma ótima predisposição genética.

Mesmo assim, ele se cuidava para não ter surpresas durante as competições.

Mas nem só de atletas de alto rendimento vive o esporte. E para aqueles que fazem exercícios físicos sem a ajuda de especialistas, médicos e fisiologistas dão alguns conselhos que, seguidos à risca, podem ajudar a manter a vida saudável com atividades regulares.

Nova fórmula para o batimento cardíaco

Contar quantas vezes o coração bate por minuto e relacionar o resultado com a idade é uma maneira fácil e eficiente de saber como anda a saúde antes de iniciar uma caminhada.

O cálculo para achar a freqüência cardíaca máxima da população média foi rascunhado nos anos 50 pelo cientista americano M.J.Kavornnen e refeito pelos fisiologistas Samuel Fox e William Haskell em 1967. Ainda utilizada nos dias de hoje, a fórmula, que permite achar as zonas ideais de treinamento, é bem simples. Basta subtrair a idade de 220. Depois, adequar o número final aos seguintes padrões: para ativar o sistema cardiovascular, deve-se manter a freqüência cardíaca entre 70% e 85% da máxima; para perder peso, manter entre 55% e 70%.

Não é por acaso que o número 220 é a base da fórmula. Ele representa o total de batimentos por minuto do coração de um recém-nascido. Subtraindo-se a idade atual desse número se chega ao valor que pode orientar as atividades físicas.

A novidade: esse cálculo, há mais de três décadas tido como padrão de boa conduta esportiva em centros de fitness de todo o mundo, está superado. Estudo publicado por pesquisadores da Universidade do Colorado afirma que a fórmula não deve ser usada para estabelecer a faixa de segurança da freqüência cardíaca, por dois motivos:

1) Os mais jovens acabam se exercitando além dos limites, colocando em risco músculos, articulações e coração;

2) Pessoas acima dos 50 anos se exercitam abaixo do potencial. Ou seja, gastam horas de esteira sem nenhum benefício coronário,exatamente o que mais procuram.

Para chegar às novas conclusões, os fisiologistas do Colorado fizeram nada menos que 351 estudos com 492 grupos. Ao todo, 18.712 pessoas, com idades entre 18 e 81 anos, foram avaliadas. Na pesquisa realizada em 1967, não havia um indivíduo sequer que tivesse mais de 60 anos.

Encabeçada pelos médicos Douglas Seals e Hirofumi Tanaka, a nova teoria ganhou reputação ao ser publicada no Journal of the American College of Cardiology, pois utilizou um método diferente dos pioneiros Haskell e Fox que, depois de avaliar a freqüência em repouso e durante exercícios de pessoas de diversas idades, chegaram à conclusão de que a cada ano de vida o ser humano perdia um batimento cardíaco.

A nova fórmula encontrada para achar a freqüência cardíaca máxima foi multiplicar a idade por 0,7 e subtraí-la de 208.

O novo cálculo pode não significar nada para a maioria das pessoas, mas exemplos simples revelam o que ele representa. Pela fórmula antiga, um homem saudável, com 70 anos, poderia exercitar-se a 150 batimentos cardíacos, no máximo. Pelo novo cálculo, ele pode chegar a 159. Um homem de 80 anos teria sua freqüência máxima alterada de 140 para 152. Com um jovem de 20 anos ocorre o contrário. Se levarmos em consideração o padrão antigo, ele poderia atingir os 200 batimentos, enquanto a nova fórmula propõe 194.

A diferença de batimentos por minuto, apesar de pequena, é significativa. Quando o coração é levado a se esforçar mais do que o suportável, bate tão rápido que não tem tempo de se recuperar entre uma contração e outra. Isso pode acarretar falta de fluxo sanguíneo no miocárdio, a camada mais espessa da parede do órgão.

É uma agressão poderosa, que pode resultar numa arritmia passageira para quem é saudável ou até num infarto agudo em pessoas debilitadas por hipertensão, diabetes ou outras doenças do coração. “Esses poucos batimentos para mais ou para menos representam riscos sérios, até morte em casos patológicos”, diz o professor de fisiologia Turíbio Leite de Barros Neto.

Ele ressalta que na fórmula padrão já está embutida uma margem de segurança, que contribui, em alguns casos, para piorar a situação. A freqüência máxima encontrada pode variar dez batimentos a mais ou a menos.

Um jovem de 33 anos que, usando a forma simplificada, acha o número 187 pode se meter numa enrascada se sua máxima real for 177, diz Turíbio Leite. Ele coordena uma pesquisa semelhante a ser publicada em junho e chegou a resultados próximos dos encontrados pelos cientistas do Colorado.

Estudos como o da Universidade do Colorado e do fisiologista brasileiro têm outra utilidade, a busca de uma orientação individualizada. “Qualquer cálculo generalizante está muito longe do ideal”, diz o médico esportivo Renato Lotufo. Achar uma fórmula de freqüência cardíaca que responda com segurança à média da população é um desafio para os fisiologistas. Justamente o princípio que manteve o cálculo de Haskell válido até agora.

Na tentativa de amenizar as imprecisões das fórmulas generalizadas, uma corrente da fisiologia relaciona a freqüência máxima com outro valor referente aos batimentos cardíacos: em quanto tempo o organismo se recupera. Pesquisa feita pela Cleveland Clinic, nos Estados Unidos, mostra que em uma pessoa comum os batimentos devem cair vinte pontos após um minuto de repouso. Nos atletas de alto nível, o número deve beirar os cinqüenta.

Os pesquisadores chegam a afirmar que pessoas que diminuem apenas doze batimentos cardíacos nessas condições sofrem quatro vezes mais riscos por problemas no coração nos próximos seis anos em comparação às que diminuem treze ou mais pontos.

Pesquisadores brasileiros discordam em parte das afirmativas. “A recuperação é extremamente importante, mas extrair dessa medição um diagnóstico cardíaco é chute”, diz o fisiogista Lotufo.



Um comentário:

Anônimo disse...

estou com 130 batimentos em repouso, alguém pode me ajudar... meu e-mail é lscaluza@tahoo.com.br.

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